Cirurgia Digestiva e Colorretal

Câncer colorretal (cólon e reto)

Câncer colorretal (cólon e reto) abrange tumores que atingem o cólon (intestino) e o reto, e tanto homens como mulheres são igualmente afetados sendo uma doença tratável e freqüentemente curável quando localizada no intestino, sem extensão para outros órgãos.
O câncer de cólon e reto é o segundo mais prevalente no mundo, e a estimativa é de haver entre 2 e 3 milhões de pessoas vivas com diagnóstico feito nos últimos 5 anos. Os dados coletados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o câncer colorretal está sendo cada vez mais freqüente, e atualmente é o 4º tumor maligno mais freqüente para ambos os sexos, atrás de pele, estômago e pulmão. A maior incidência de casos ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam consideravelmente a partir dos 40 anos, principalmente nas regiões mais desenvolvidas. Nos países desenvolvidos a incidência de câncer de cólon e reto é maior do nos países em desenvolvimento, provavelmente por causa das diferenças de hábitos alimentares. No mundo os tumores malignos que acometem o cólon e o reto a cada ano somam 1 milhão de casos novos. O prognóstico deste tipo de câncer pode ser considerado de moderado a bom, já que a sobrevida média em 5 anos é próxima de 50%. Quando detectado em seu estágio inicial possuem grandes chances de cura diminuindo a taxa de mortalidade associada ao tumor.

Como aparece o câncer colorretal?

O início do câncer colo-retal quase sempre acontece através de um pólipo que cresce na sua parede. O pólipo é uma lesão benigna que se desenvolve na mucosa, que é a camada mais interna da parede do intestino. Geralmente não causa sintomas e pode se transformar em câncer com o passar do tempo.

E quem pode ter pólipos?

Qualquer pessoa pode desenvolver pólipos durante sua vida, mesmo os jovens. Muitas vezes, os pólipos surgem devido a doenças genéticas associadas dietas ricas em gorduras e pobres em fibras e fatores de riscos facilitam o aparecimento dos pólipos.

O que são os fatores de risco?

Idade maior do que 50 anos já é um fator de risco. Mas o risco aumenta quando há um antecedente pessoal ou na família de pólipos, câncer no intestino, retocolite ulcerativa ou doença de Crohn, câncer em outros locais tipo mama, ovário, útero, mama, etc, radioterapia prévia. Chamamos de rastreamento o conjunto de medidas tomadas para identificar os pólipos ou câncer ainda precoces nas pessoas ainda sem sintomas. Um dos métodos é pesquisa de sangue oculto através de análise de pequena quantidade de fezes procura se descobrir sangramentos pequenos invisíveis a olho nu. O exame proctológico, que é o exame da região do ânus e do reto é importante também para se detectar o câncer no reto que é a porção final do intestino grosso. Nos indivíduos de risco a avaliação deve ser complementada através de um exame chamado colonoscopia.

O que é colonoscopia? Quem deve ser submetido à colonoscopia?

A colonoscopia consiste na visualização de todo o intestino grosso com aparelho com pequena câmara na ponta que permite detectar pequenos tumores e pólipos, fazer biópsias, ou mesmo retirar e tratar alguns deles. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente ao exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes, indivíduos com exames positivo devem realizar colonoscopia. A colonoscopia deve ser realizada em duas situações, naquelas pessoas com risco normal, sou seja, sem aqueles antecedentes já citados, devem ser examinadas sempre que houver pesquisa de sangue oculto positiva nas fezes ou a critério de seu médico, e aquelas pessoas com risco aumentado deve iniciar sempre aos 40 anos.

Os sintomas do câncer do cólon e reto incluem sangramento anal, sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, vontade freqüente de evacuar, dor ou desconforto abdominal ou à evacuação, anemia, fraqueza, perda de peso sem causa aparente.
O diagnóstico da doença é feito através da biópsia por endoscopia e estudo no laboratório desta biópsia.

Quando descoberto em estágio avançado o câncer colo-retal mata cerca de 50% de seus portadores, em estágios precoces essa taxa muitas vezes não chega a 10%.

Como previnir o câncer de cólon e reto

Uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras e pobre em gorduras animais é considerada uma medida preventiva. A ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas deve ser evitada. Como prevenção é indicada uma dieta saudável e a prática de exercícios físicos. Alguns tipos de alimentos se consumidos regularmente durante longo período de tempo parecem fornecer um tipo de ambiente em que a célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Estes alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos alimentos ricos em gorduras tais como carne vermelha, frituras, molhos com maioneses, leite integral e derivado, bem como presunto, salsicha, lingüiça, mortadela entre outros.
Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem ajudar a reduzir os riscos de desenvolver câncer A alimentação saudável serve não só para a prevenção do câncer mas também de doenças cardíacas, obesidade e outras doenças crônicas como diabetes.
As fibras apesar de não serem digeridas pelo organismo ajudam a reduzir a formação de substâncias cancerígenas no intestino grosso e a diminuir a absorção de gorduras. Alimentos como verduras, gorduras, legumes, cereais ricos em vitaminas C, A, E e fibras devem ser utilizados com freqüência.

A tendência cada vez maior da ingestão de vitaminas em comprimidos não substitui a boa alimentação e só deve ser feita com orientação médica.

Como tratamento do câncer colo-retal a cirurgia é tratamento primário retirando parte ou todo intestino afetado e os glânglios próximos a esta região.

Muitos tumores de reto são tratados com cirurgia que preservam a região do ânus com utilização de materiais específicos como grampeadores, entretanto outros necessitam da realização de colostomia definitiva. Após o tratamento cirúrgico e algumas vezes antes do tratamento cirúrgico a radioterapia e a quimioterapia podem ser utilizadas para diminuir a possibilidade de recidiva (volta) do tumor. Quando a doença está disseminada com metástase para fígado, pulmão ou outros órgãos a chance de cura diminuem.
O prognóstico deste tipo de câncer pode ser considerado de moderado a bom. A sobrevida média em 5 anos é de 40 a 50% e não é grande a diferença entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. A média mundial estimada é de 44% de sobrevida média em 5 anos.

Fonte dos dados:
Ministério da Saúde
INCA - Instituto Nacional do Câncer
ABRAPRECI - Associação Brasileira de Prevenção do Câncer do Intestino

1 comentários
  1. Daniele - daniccr@yahoo.com.br

    Tenho pólipo retal, fiz a colonoscopia e a biópsia. Deu benigno e o médico disse pra não me preocupar! Sou diabética ve hipertensa, tenho indicação para bariátrica. Nesse caso eh possível se fazer a cirurgia ou esse pólipo me impede ?? Grata ....